Quando vale a pena rebater comentários homofóbicos?

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Vale a pena entrar nessa briga? Responda essas 3 perguntas pra saber quando vale a pena rebater comentários LGBTfóbicos.

Nunca é legal ouvir abobrinhas preconceituosas. Tem hora que cansa e a gente já quer chegar soltando os cachorros. Mas isso nem sempre faz muito bem pra nossa cabeça, né? 

Só que dependendo do contexto, um comentário LGBTfóbico pode ser a abertura que a gente precisa pra começar uma conversa produtiva.

Vou te ajudar a decidir quando vale a pena se poupar e quando vale a pena tentar um debate.

1. Você está em uma situação que te coloca em risco? 

Tem alguma informação privada que está exposta nas suas redes sociais? Tipo seu local de trabalho, onde você malha, algum dado pessoal?  

Você está em um lugar onde você sofre ameaça de agressão? Tem algo que te impede de ir embora? E se você for embora, há risco de te seguirem? Você vai ficar sem amparo?

Pode parecer paranoia, mas se a resposta pra essas perguntas for SIM, talvez não seja conveniente entrar num debate – ao vivo, ou online – sobre LGBTfobia, porque isso pode te colocar em um risco maior ainda. Melhor deixar isso pra quem está em segurança, né?

2. A pessoa parece genuinamente disposta a ouvir?

Você pode ficar lá falando por horas. Se a pessoa não quiser ouvir, ela não vai ouvir. Mas como saber se a pessoa está disposta?

Tente fazer perguntas – de forma propositiva e não acusatória ?.

"Por que você acha isso?"; "O que faz você dizer isso?"; "O que te levou a essa conclusão?" As respostas vão te dar um indicativo da abertura daquela pessoa. 

Respostas muito fechadas, como "Porque sim", "Porque eu sei que é assim", tendem a indicar que a conversa não vai dar muito pano pra manga. 

Mas aquela sombra de dúvida em um "Não sei", "Nunca pensei nisso" podem significar que vai render.

3. Você está com disposição pra ser uma pessoa didática?

É óbvio que a gente que é LGBT+ não tem obrigação de ensinar nada pra ninguém. Mas se a gente não acredita que as pessoas podem mudar, não tem porque ser ativista, né? 

E tem dias que a gente acorda ao mesmo tempo com a energia de uma maritaca numa palmeira e a paciência de um panda em uma floresta de bambus. Nesse dia, a gente aproveita pra conversar com as pessoas.

Ninguém nasce sabendo de nada (eu não nasci sabendo, você não nasceu sabendo, gente que você admira muito também não). Então, se a gente quer conquistar o coração indeciso de uma pessoa desinformada que não sabe bem o que significa toda essa coisa de LGBT+, a gente precisa lembrar disso e ter paciência pra explicar tudo. TUDO mesmo.

E não passar raiva quando a pessoa não souber algo que parece óbvio pra você. E persistir quando ela argumentar e contra-argumentar. E manter a firmeza pra mostrar pra ela que igualdade para pessoas LGBT+ é uma questão importante pra todo mundo, até pra quem não é LGBT+. 

 

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